a internet nos faz acreditar que todo mundo tem uma vida mais legal que a nossa, que é mais interessante que a gente e que sempre estão, sem dúvidas, bem vestidos e com o cabelo arrumado. mesmo sabendo de todos os recortes que 1 stories do instagram representa (afinal, são 15 segundos dentro das nossas 24 horas), eles já me fizeram sentir culpada por não ter me arrumado para trabalhar naquele dia. ou melhor, por não ter super me arrumado para trabalhar naquele dia.
tem dia que eu não to com saco para pensar na combinação de um look, para usar a mesma peça de um jeito novo. tem dia que a terceira peça está me atrapalhando de me movimentar. tem dia que eu só quero uma calça bem confortável.
na mesma linha, a internet me faz acreditar que preciso ser interessante o tempo todo. que sempre precisamos ter uma opinião formada sobre o trending topics da vez ou que precisamos conseguir devanear sobre qualquer tema que cai na roda de conversa. nos fazendo esquecer que, muitas vezes, é saber o momento de ouvir e de respeitar o silêncio.
nós sabemos que a internet mente o tempo todo. ou melhor, recorta. recorta o look em segundos antes de sair pro rolê e voltar inteiro amassado. recorta uma vida 100% nada demais em momentos wow. e mesmo assim, continuamos sendo impactados por eles.
na ansiedade de acompanhar os recortes da internet, atropelamos nosso estilo, ficamos desconfortáveis, damos opiniões vazias, não respeitamos o tempo de alimentar um bom acervo de referências. e, mesmo se você não “criar” para a internet, esses impactos podem ressoar por aí também.
na semana passada não teve news, porque eu não tinha nada de interessante para falar e me recuso a acumular mais um e-mail sem necessidade na sua caixa de entrada. eu respeito a constância necessária no canal, mas também valorizo o tempo que vai parar para ler essa news.
ei, essa é a nossa newsletter para você, para sua rotina e para o mundo. cheia de desabafos, papos de autoconhecimento, dicas de rotina, produtinhos e pautas ambientais, claro. manda essa news para quem também pode gostar?
e ah, não esquece que além das palavras, nós somos uma curadoria de moda mais consciente. use o cupom vimdanews para ganhar 5% na sua primeira compra.
cansada de filmes para viralizar no Tiktok, aqui uma seleção de filmes para (re)assistir que nos trazem leveza e dão vontade de viver a vida.
para muito além do eñe-a-ó-til, falar “não” é sobre se impor e respeitar seus limites. eu sei, disseram que pode ser arrogante, que você pode decepcionar quem gosta ou nós mesmos imaginamos uma série de reações negativas que podemos causar ao dizer a uma palavra tão curta. mas vamos ser sinceros? quem é arrogante mesmo, sabe deixar até um “obrigado” pedante.
eu poderia ter deixado esse link na sessão “para você”, mas acredito que devemos internalizar o “não” na nossa rotina. afinal, todo dia vem um pedido de ajuda no trabalho, uma demanda que vai apertar sua organização, um invite para uma reunião que você nem precisava participar. ou até saindo do âmbito de trabalho, um convite de um amigo para sair em um dia que você precisava descansar, uma ida a um restaurante que você não deveria ir porque queria economizar. (o link é curtinho e em português)
já concordamos que o ChatGPT está bem inserido na rotina de todos (ou você ainda vive em 2023? rs). mas, o próprio fundados da Open AI, Sam Altman, já comentou que mesmo interações pequenas como “tudo bem?” e “obrigada” gastam milhões de dólares em energia. será que nossa gentileza com os robôs vale mesmo a pena? ou só precisamos relembrar que eles são máquinas?
mas esse comentário foi cirúrgico demais.
Sobre o gasto energético com o chatgpt: além do comentário cirúrgico, outra coisa relevante é que a forma como escrevemos promots vai, cada vez mais, ser parte da forma como nos comunicamos nos próximos anos.
Qual o impacto de sermos cada vez menos gentis em prol dessa suposta economia (que, mais uma vez, não é problema nosso)?